Com projetos de geração solar e eólica, prédio vai fornecer informações sobreautoprodução de eletricidade e servir de vitrine da indústria italiana do setor
Fonte : BRUNO DEIRO - O Estado de S.Paulo
Fonte : BRUNO DEIRO - O Estado de S.Paulo
A Embaixada da Itália em Brasília fechou acordo há um mês para tornar sua sede o principal laboratório de energias renováveis do País. Com projetos de geração solar eólica, o prédio vai fornecer informações sobre autoprodução de eletricidade, que deveganhar impulso em 2013, após ser regulamentada recentemente pela Agência Nacionalde Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Com 605 painéis fotovoltaicos já instalados no telhado, o edifício da embaixada recebeu a primeira microusina eólica hácerca de três semanas e já encomendou outras quatro para os próximo meses. Os dados sobre a energia produzida nosdois tipos de equipamentos serão tornados públicos por meio de uma rede internacional chamada GeseNet (sigla paraGreen Embassy Smart Energy Network).
O acordo, que por enquanto ainda é um protocolo de intenções, prevê que os dados sejam usados como fonte de estudo poralunos da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Politécnica de Turim (Polito), na Itália, e até mesmo por técnicosda Companhia Energética de Brasília (CEB), principal distribuidora da capital do País.
"A ideia é que seja algo que fique disponível a todos os interessados, apenas com um cadastro. Serão fornecidas asmedições de geração solar e eólica, oferecendo informações para universidades de todo o mundo. Além disso, outrosempreendimentos serão incentivados a também tornar disponível suas medições", explica Rafael Shayani, professor deEngenharia Elétrica da UnB.
Idealizados pelo embaixador Gherardo La Francesca, que deixou o posto no último dia 13, os projetos sustentáveis quemodernizaram o prédio há quase dois anos têm servido como uma espécie de vitrine da indústria italiana. Com tecnologiaavançada de energia solar e eólica, as empresas do país europeu apresentam algumas das principais inovações do setor.
"A microgeração eólica, por exemplo, ainda é algo muito novo. O Brasil tem vários parques de geração de energia pelovento, mas eles são formados por usinas grandes", explica Shayani. "Já essa microusina que foi instalada tem apenas 1,5 metro de altura", completa.
O desafio, no entanto, ainda é tornar viável economicamente esses modelos de geração. Ao contrário da Itália, onde hásubsídios para esse tipo de produção, o País não prevê grandes incentivos. "Isto se explica porque boa parte da energiaaqui é gerada por hidrelétricas, que são consideradas fontes renováveis", dia Shayani. "Mas o prédio da embaixada, porexemplo, consegue recuperar 80% do investimento que faz nas fonte alternativas."
Autossuficiência. Segundo Roberto Spandre, adido científico da Embaixada da Itália em Brasília, o prédio está perto de setornar autossuficiente. "Estamos a caminho de produzir toda a energia que consumimos. Conseguimos cobrir o picoprincipal, que é o horário comercial, mas é preciso muita eletricidade durante a noite para segurança e iluminação", afirmaele. "Como os painéis solares não funcionam nesse período, vamos colocar as microturbinas eólicas. Além disso, adotamoslâmpadas LED em todo o exterior para diminuir o consumo."
Segundo Spandre, a intenção é de, com novos projetos verdes, explorar toda a eficiência energética do prédio. "Nos falta umpasso mais que é a sustentabilidade do sistema de refrigeração", afirma. Entre as ações estudadas estão o uso de hélionas placas solares para a geração de calor e um projeto de energia geotérmica - uma espécie de furo no solo pararesfriamento do ar, que reduziria a necessidade de aparelhos de ar-condicionado.
Fonte: http://www.eccaplan.com.br
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