segunda-feira, 4 de julho de 2011

SÃO GONÇALO TERÁ PROJETO SIMILAR AO PAC DA BAIXADA




30/ 06/ 2011
Fotografia de Luiz Morier
Pelo menos R$ 100 milhões serão investidos inicialmente no município de São Gonçalo para a implantação, até o final do ano, de um conjunto de obras, entre as quais a de dragagem para a recuperação dos rios e a realocação dos moradores ribeirinhos. O projeto é semelhante ao que está sendo executado na Baixada Fluminense, conhecido como Projeto Iguaçu ou Pac da Baixada. Os recursos serão dos governos Federal e Estadual. 


O anuncio foi feito pelo secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc. Ele, a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, e a prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset, inauguraram nesta quinta-feira (30/06), duas ecobarreiras: dos Rios Brandoas e Bomba, que cortam a cidade. Mas Minc foi além com as boas notícias. Garantiu que vai conversar com a Cedae no sentido de recuperar a estação de tratamento de esgoto de São Gonçalo, localizada no bairro Boavista, e acabar com o lixão de Itaoca.

“São Gonçalo tem muitos problemas ambientais. Estamos trabalhando para resolvê-los, mas é preciso que a cidade amplie seus projetos ambientais, sobretudo educando as pessoas para que elas se conscientizem de que não podem jogar lixo nos rios”, disse Minc . 

Representantes de cooperativas de catadores de lixo, da prefeitura de São Gonçalo, da Associação de Supermercados e do Carrefour participaram da inauguração das duas ecobarreiras. Elas ficam no entorno da Baía da Guanabara, onde já há instaladas outras sete, dentro do Projeto Ecobarreira 2016, do Instituto Estadual do Ambiente. Os equipamentos de contenção têm 12 metros cada e capacidade para reter aproximadamente 30 toneladas de materiais recicláveis e 200 toneladas de lixo.


Segundo a presidente do Inea, Marilene Ramos, a coleta seletiva será ampliada na cidade, iniciativa fundamental para que os corpos hídricos do município não sofram ainda mais com as agressões ao meio ambiente. “É lamentável que tenhamos de retirar toneladas de lixo dos nossos rios". Ela ressaltou a importância do trabalho dos catadores, para os quais esclarece a necessidade de se erradicar os lixões e construir aterros sanitários. “Nos aterros eles terão melhores condições de trabalho”. 

A prefeita Aparecida Panisset elogiou a atuação do Governo do Estado no município e lembrou que a limpeza dos rios é uma necessidade urgente, “já que este trabalho salva vidas”. Disse que o governador Sérgio Cabral tem muita sensibilidade com São Gonçalo, sobretudo pelas ações que executa na cidade. “Mais importante do que meio ambiente, é o homem que cuida do meio ambiente”, disse Panisset. 

A ecobarreira do Rio Bomba ainda agrega um Posto de Entrega Voluntária (PEV) no estacionamento do supermercado Carrefour, galpão, prensa, moinho de vidro, balança, mesa separadora, elevador de carga e big bags de 500 litros com carrinhos para o transporte. Foram investidos R$ 65 mil na construção da barreira ecológica com recursos do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da FCA/Vale, por derramamento de óleo em Guapimirim, em 1995. 

O custo de operação do empreendimento – uma parceria com o supermercado Carrefour, Prefeitura de São Gonçalo, Federação das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis (Febracom), Cooperativa Eclesiastes e Coopereco - será de R$ 12 mil por mês, custeado pelo TAC e pela Associação dos Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj). 

Serão gerados 10 empregos diretos apenas na operação de coleta nas ecobarreiras. O PEV do rio Bomba ainda vai receber recicláveis entregues pela população e descartados pelo Carrefour, o que deve, portanto, gerar pelo menos o dobro de postos de trabalho, incluindo as atividades de compactação, armazenamento e transporte dos materiais.

Incluído no plano estratégico da Olimpíada, o Projeto Ecobarreira 2016 tem como compromisso reduzir a poluição, removendo e reciclando o lixo flutuante de rios, baías e lagoas do Estado. Para isso, nos próximos cinco anos serão instaladas 26 unidades. Entre as próximas instalações estão previstas outras quatro no entorno da baía de Guanabara, duas na Baixada Fluminense e mais uma na Zona Oeste.

Além das 13 ecobarreiras já instaladas, outras duas estão em andamento e devem ser inauguradas nos próximos dias: São João de Meriti e Sarapuí, na Baixada. Entre as instaladas, três estão localizadas nos canais de Sernambetiba, Arroio Fundo e Itanhangá, na Barra da Tijuca. As demais no entorno de deságue da baía de Guanabara nos canais do Cunha e do Mangue (Docas) e nos rios Meriti, Irajá, dos Cachorros (Ceasa), e Botas, em Belford Roxo, além de uma na altura da Base Naval.

As ecobarreiras ainda dispõem de ecopontos para coleta de materiais recicláveis na Barra da Tijuca, na altura do Canal Marapendi, em Santa Cruz, em Volta Redonda, em Macaé e em Barra Mansa onde também são promovidas ações regulares de educação ambiental. Os recursos destinados a esses investimentos são originários do Fundo Estadual para Conservação Ambiental (Fecam) e da iniciativa privada, por meio das compensações ambientais e de patrocínios.

Fotografia de Luiz Morier
Fotografia de Luiz Morier

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